Militar elogiou Lula e debochou de manifestantes em frente a quartel
A afirmação ficou registrada no decorrer desta semana, em depoimento do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as manifestações de 8 de janeiro (CPI dos atos antidemocráticos), realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Na data, Dutra chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) e recebeu um telefonema de Lula, que estava em Araraquara, no interior de São Paulo:
"Pra mim foi uma surpresa, eu nunca imaginei falar com o presidente da República naquele momento. E falei exatamente assim, presidente boa noite, aqui é o general Dutra, comandante Militar do Planalto. Ele falou, general, são criminosos tem que ser todos presos. Eu disse, presidente, ninguém tem dúvida disso, estamos todos indignados, serão presos", confirmando que a ordem de prisão partiu de Lula, à distância e generalizando.
Dutra prossegue, faz um elogio a Lula, chama os manifestantes de "fanáticos" e revela que deixou que todos dormissem, pensando que estavam protegidos pelas Forças Armadas:
"Isolamos a praça e aí acontece um fato interessante, porque havia em algumas pessoas um nível de fanatismo, um nível de transe, que quando nós isolamos a praça, as pessoas acharam que nós estávamos isolando a praça para protegê-los e foram dormir".
No dia seguinte ocorreu, então, a famosa cena que viralizou nas redes em que um oficial do exército fala em um megafone para que todos entrem nos ônibus porque seriam levados para um "local seguro e depois seriam liberados", uma mentira dita a pessoas que acabaram presas horas depois, incluindo crianças, mulheres e idosos.
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