O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, liberou R$ 47,2 milhões para os municípios de Canarana e Campo Verde, no Mato Grosso. Os recursos foram destinados à manutenção e recuperação de estradas que atendem diretamente as fazendas do empresário Eraí Maggi, dono do grupo Bom Futuro.
As verbas são das extintas emendas de relator da administração de Jair Bolsonaro (PL), transferidas para o controle dos ministérios no fim do ano passado.
De acordo com o portal Metrópoles, a liberação de grande quantidade de verbas do Ministério da Agricultura para o Mato Grosso renderam uma recente cobrança do Palácio do Planalto ao ministro. Ele havia destinado R$ 127 milhões em emendas para sete cidades do Mato Grosso, seu reduto eleitoral.
Em Canarana, que recebeu a maior quantia, R$ 26,3 milhões, um dos trechos da obra prevista atravessa a Fazenda Cocal, que pertence à empresa, segundo o Metrópoles. Já em Campo Verde, para onde foram destinados R$ 20,9 milhões, o principal trecho da obra sai da Fazenda Fartura, do grupo Bom Futuro, e leva às fazendas Filadélfia e Galheiros, que também pertencem ao grupo de Eraí Maggi.
Maggi disse à reportagem que a Bom Futuro planta em 42 dos 141 municípios de Mato Grosso e que qualquer programa de estradas "provavelmente vai pegar alguma área em que a Bom Futuro planta". "Isso é bom para o Brasil, é bom para o agro, é bom para os produtores. Sem estrada a comida não chega na mesa do nosso povo, na mesa do trabalhador, da empregada doméstica", afirmou.
Ele negou que tenha pedido ajuda ao ministro Carlos Fávaro na liberação das verbas ou que elas beneficiem diretamente suas fazendas. "O Fávaro está cuidando da vida dele, tacando o pau. Que beleza para Mato Grosso."
Nas eleições do ano passado, houve uma divisão na família Maggi. Eraí declarou apoio a Lula, ao contrário de Eliseu Maggi Scheffer e sua esposa, Carolina Scheffer, que votaram em Jair Bolsonaro e até doaram para sua campanha.
Gazeta Brasil