Um segurança de Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu R$ 39 mil do dinheiro público, em diárias internacionais, para uma viagem ao Reino Unido com o magistrado. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo na noite de quarta-feira (05/06).
Durante a viagem, que ocorreu entre os dias 25 de maio e 3 de junho, Dias Toffoli assistiu à final da UEFA Champions League no estádio de Wembley, em Londres, capital da Inglaterra e do Reino Unido.
A final da Champions League foi disputada no dia 1º de junho entre Real Madrid (ESP) e Borussia Dortmund (ALE).
O Real Madrid, comandado pelo técnico italiano Carlo Ancelotti, derrotou a equipe alemã por 2 a 0 e conquistou seu 15º da competição continental. Os gols foram marcados por Carvajal e pelo brasileiro Vinícius Júnior.
No dia 29 de maio, Toffoli ainda participou, de forma remota, de uma sessão do Supremo Tribunal Federal. O Supremo não confirmou quais foram as agendas do ministro na viagem ao Reino Unido.
De acordo com o STF, "nenhuma viagem reduz o ritmo de trabalho e os estudos por parte do ministro, que segue trabalhando em seus votos, em suas decisões e participando das sessões colegiadas".
Segundo a Folha, o STF já havia destinado R$ 99,6 mil em recursos públicos para custear a presença de um segurança acompanhando Toffoli em Londres e Madri algumas semanas antes de sua última visita à capital britânica.
Os detalhes sobre a viagem de Toffoli foram identificados em uma ordem bancária emitida em 27 de maio e registrada pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Durante o jogo em Wembley, o ministro do STF estava acompanhado pelo empresário Alberto Leite, proprietário da FS Security. A empresa de Leite foi uma das apoiadoras do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, realizado em Londres no final de abril, no qual Toffoli e outros membros do Judiciário estiveram presentes.
A assessoria do STF ainda disse que "em nenhuma viagem o ministro recebeu passagens ou diárias do STF". De acordo com o Supremo, a orientação do setor de segurança do STF "é não informar razões e locais de deslocamento" dos magistrados.
"O STF não comentará questionamentos que individualizem seguranças, pois isso representa grave ameaça à segurança do servidor, da autoridade protegida e seus familiares. O custo da despesa é regularmente divulgada no portal da transparência no site", afirmou em nota a Corte.