POLÍTICA ELEIÇÕES 2022

Esquerda quer "amordaçar" discurso político no Brasil, afirma artigo do The Wall Street Journal

Colunista do The Wall Street Journal, Mary Anastasia O"Grady, diz que Alexandre de Moraes é um ministro "anti-Bolsonaro" que tenta abafar críticas a Lula

Por sou curitiba

26/10/2022 às 11:40:30 - Atualizado há
Foto: Reprodução/YouTube
O jornal inglês, "The Wall Street Journal", publicou um artigo de opinião na segunda-feira, (24/10), sobre os movimentos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação às notícias negativas sobre o candidato petista.

O texto, com o título "Brazil's Left Tries to Gag Political Speech'' (Esquerda brasileira tenta amordaçar discurso político, em português), foi escrito pela colunista Mary Anastasia O'Grady, membro do conselho do periódico.

O'Grady chama o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STE), Alexandre de Moraes de ministro "anti-Bolsonaro". Mary justificou o uso do termo, afirmando que o ministro usa seus poderes para beneficiar Lula e prejudicar o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.

"O grau de acirramento (da disputa eleitoral) se reflete nos movimentos recentes da Corte Eleitoral brasileira, composta por sete membros. Liderado por um juiz notoriamente anti-Bolsonaro, Alexandre de Moraes, o TSE conquistou poderes extraordinários e está usando-os para amordaçar os críticos de Lula", afirma O'Grady.

Para a colunista, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, não representa um risco à democracia brasileira. "Se a democracia brasileira está em risco, não é, como esperneiam os críticos, por causa de Bolsonaro", concluiu.

No artigo, a autora diz que o TSE agora tem o poder de definir o que é verdadeiro ou falso no debate político, além de suspender contas e perfis de todas as plataformas - que, para O'Grady, ultrapassam as atribuições de um tribunal eleitoral.

Ela citou uma série de decisões da Corte para exemplificar o dito abuso de poder do TSE - entre elas, o impedimento da campanha de Jair Bolsonaro de usar em sua propaganda um vídeo em que o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello diz que Lula "não foi inocentado".

"A afirmação é verdadeira mesmo que faça Lula se arrepiar", diz a colunista. "O tema mais sensível para o ex-presidente é sua condenação por corrupção em 2017. (...) Ela foi anulada em razão de um detalhe técnico em 2021 e ele foi liberado (para concorrer)", disse
"Mas quando os brasileiros são lembrados do que o mandou para a prisão, eles se recordam dos enormes escândalos de corrupção que surgiram durante os 14 anos do Partido dos Trabalhadores no poder", afirmou.

O artigo ainda cita a decisão que desmonetizou canais bolsonaristas sob a alegação de que eles estariam divulgando fake news e a ordem para que o Brasil Paralelo removesse conteúdos que discutiam a condenação de Lula por conterem "desinformação, deturpando a realidade dos eventos relacionados a corrupção".

"O tribunal eleitoral quer dispensar as liberdades civis. (...) Isso nos faz pensar como será o Brasil se Lula vencer", concluiu a colunista.


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