Amigo do presidente Lula, o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, citou, nesta segunda-feira (09/01), as invasões em Brasília como uma tentativa de justificar a perseguição a opositores no país que lidera desde 2007.
"Assim como milhares de americanos, do Partido Republicano, se lançaram para assumir o Congresso, para que o Congresso não desse a presidência a (Joe) Biden, assim se lançou o Bolsonaro", disse o ditador em discurso durante a sessão solene inaugural da XXXIX legislatura da Assembleia Nacional (Parlamento).
"Isso tem a ver com a forma como o fascismo está se reinstaurando no mundo", disse Ortega, para quem essa corrente está "se reinstaurando primeiro nos Estados Unidos, na Europa, e agora vemos no Brasil", continuou o ditador . , que chamou Bolsonaro de "fascista".
"Ele é um fascista, um soldado do exército fascista brasileiro, e não escondeu seu fascismo, seu racismo, seu ódio às mulheres, e foi para Miami onde há um viveiro de todos aqueles que vivem em uma conspiração contra o povos", disse o ditador.
Ortega é ex-guerrilheiro e passou mais da metade de sua vida como líder indiscutível da FSLN, partido pelo qual foi candidato presidencial nas eleições de 1984, 1990, 1996, 2001, 2006 , 2011, 2016 e 2021.
O ex-guerrilheiro marxista é o político nicaraguense que mais vezes se apresentou como candidato presidencial, com oito, e também o chefe de Estado com mais tempo no poder na Nicarágua, 26 anos e três meses (incluindo os seis anos que coordenou a Junta de Governo), superando Anastasio Somoza García (16 anos e nove meses) e José Santos Zelaya (16 anos e seis meses).
Além disso, Ortega está no poder há 16 anos consecutivos, em meio a denúncias de autoritarismo e fraude eleitoral.