Ao revogar os decretos de armas do governo Jair Bolsonaro em janeiro, o presidente Lula (PT), acabou paralisando a blindagem de carros em empresas especializadas e a transferência desses automóveis, informou reportagem do portal UOL, publicada na terça-feira 7.
Para o presidente da Associação Brasileira da Blindagem (Abrablin), Marcelo Silva, a revogação dos decretos de armas foi mal redigido e as blindadoras e cidadãos estão sendo prejudicados. "Ficamos no mesmo pacote das armas e pegamos a rebarba", observou. "A gente tem de trabalhar."
De acordo com Silva, a Abrablin já esteve em diálogo com o Ministério da Defesa, que teria reconhecido o "equívoco". "Eles já entenderam que estão errados e que cometeram um erro", garantiu. "Essa correção demora, mas tem que ser resolvido o mais rapidamente possível."
Segundo a Abrablin, no ano passado 25,9 mil veículos foram blindados. Em 2021, foram 20 mil unidades. Em um ano, o aumento no número de blindagens foi de quase 30%. Assim como os preços subiram diante da demanda e dos insumos mais caros.
Em nota, a Abrablin acrescentou que "sempre trabalhou em prol de registros e controles" A entidade informou ainda que "a relação com os órgãos reguladores é de cordialidade para contribuir com as Forças Armadas no sentido de fazer um mercado sério e controlado, dentro de uma condição que seja factivel para as empresas, consumidores e orgãos reguladores".
"É uma medida que vem com o novo governo, mas que pode atrapalhar o mercado durante esse período, até que tudo fique alinhado", disse Leonardo Arnaud, gerente de contas Norte-Nordeste da Carbon Blindados. O executivo relatou que os Estados com mais dificuldades são Ceará e Pernambuco.
Já Carlos Fidelis, consultor de Produtos Controlados do Exército da Target Blindados, acredita que, até o fim de fevereiro, a União deverá apresentar alguma novidade relacionada ao assunto. "Na prática, desde o último dia 20, não está autorizando nenhum carro", observou.
Revista OESTE