Nesta sexta-feira (03/03), o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) indicou o ex-chefe da PolĂcia Federal (PF), Luiz Fernando CorrĂȘa, para o cargo de diretor-geral da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin). A Abin é o principal órgão de inteligĂȘncia do paĂs.
A indicação foi publicada no DiĂĄrio Oficial da União (DOU). Agora, CorrĂȘa, que é delegado federal, serĂĄ avaliado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal.
Lula transferiu a Abin para a Casa Civil, comandada por Rui Costa, na quinta-feira (02/03). No Governo Bolsonaro, a Abin integrava o GSI, sob o comando do general Augusto Heleno.
Luiz Fernando CorrĂȘa jĂĄ trabalhou no governo Lula. Foi secretĂĄrio nacional de Segurança PĂșblica entre 2003 e 2007. Também atuou, entre 2011 e 2016, na equipe de segurança dos Jogos OlĂmpicos do Rio de Janeiro, e foi diretor-geral da PolĂcia Federal entre 2007 e 2011.
A Justiça jĂĄ rejeitou uma denĂșncia contra Luiz Fernando CorrĂȘa por improbidade administrativa. Ele tinha sido alvo da ação devido ao sobrepreço de R$ 17,9 milhões pela compra de material de informĂĄtica para os jogos Panamericanos de 2007, no Rio.
Tanto CorrĂȘa quanto as empresas que participaram da licitação negaram que houvesse superfaturamento.
O caso contra o agora diretor da Abin foi julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ÂȘ Região (TRF-1) em 2012.
Ao analisar rejeitar a ação, o juiz do TRF-1, Antonio Claudio Macedo da Silva, afirmou que não hĂĄ na denĂșncia do MPF "qualquer dado concreto, ou mesmo prova indiciĂĄria, que permitam inferir sobre a efetiva existĂȘncia das supostas fraudes relacionadas à execução do contrato em referĂȘncia".
"Sequer afirma o MPF ter havido a prĂĄtica do delito de corrupção, quer ativa, quer passiva, por parte dos réus, auferindo vantagens indevidas, as quais, se existentes, também substanciariam fato tĂpico penal", concluiu o magistrado.