O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que muita coisa não se sabe sobre o caos que ocorreu na Rússia no sábado, mas que o conflito interno expôs "rachaduras" na nação que "não existiam antes".
O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentou uma insurreição violenta no sábado por Yevgeny Prigozhin, um aliado de longa data de Putin que liderou mercenários privados chamados Grupo Wagner. Mas menos de 24 horas depois de os mercenários do Wagner aparentemente tomarem o controle da cidade estratégica do sul de Rostov e começarem uma marcha armada em comboio em direção a Moscou, Prigozhin anunciou abruptamente que a rebelião armada havia terminado.
Em troca de voltar atrás, o processo criminal contra Prigozhin foi arquivado, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres russos, de acordo com o canal controlado pelo estado TASS. O próprio Prigozhin "irá para a Bielo-Rússia", disse Peskov, descrevendo o que parecia ser uma espécie de exílio oficial.
Prigozhin desempenhou um papel central na invasão da Ucrânia pela Rússia, então sua partida pode mudar o curso da guerra. E embora sua rebelião tenha durado pouco, marcou o desafio mais sério ao regime de Putin em décadas.
"Este é apenas um capítulo adicionado a um livro muito, muito ruim que Putin escreveu para a Rússia", disse Blinken ao programa "Estado da União" da CNN no domingo.
Blinken disse que Prigozhin foi responsável pela "horrível brutalidade" na Ucrânia e que, de muitas maneiras, Prigozhin é criação direta de Putin. Ele disse que é muito cedo para dizer exatamente o que a divisão entre os dois homens significará para a Rússia, mas que os EUA continuam "intensamente focados" na Ucrânia.
O desafio direto de Prigozhin à autoridade de Putin é "extraordinário", acrescentou Blinken, já que Prigozhin conseguiu levantar questões sobre as motivações para a invasão da Ucrânia pela Rússia em primeiro lugar.
Ele disse que a guerra acabou sendo "uma falha estratégica devastadora" para Putin.
"Vimos essa agressão contra a Ucrânia se tornar um fracasso estratégico geral", disse ele. "A Rússia está mais fraca economicamente, militarmente, sua posição no mundo despencou."
Blinken espera que os EUA aprendam mais detalhes sobre o acordo entre Putin e Prigozhin, bem como o que acontecerá com o Grupo Wagner, nas próximas semanas e meses.