Durou pouco o afastamento de Luís Fernando Nery da Petrobras, demitido em 2019 da petroleira em acordo para finalizar investigação sobre falcatruas em verbas de publicidade e eventos da empresa.
Desde 1 de outubro, Nery ocupa interinamente a Gerência Executiva de Comunicação, setor que tem sob administração uma verba de cerca de R$150 milhões para contratação de agências de publicidade, comunicação e patrocínios. As informações são do jornal O Globo.
Luís Fernando foi indicado pelo ex-senador petista e atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para o cargo executivo, mas o setor de compliance da empresa barrou a nomeação justamente pelo histórico de Nery.
Com a negativa da empresa, Prates garantiu uma boquinha de R$63 mil como assessor especial da presidência, ou seja, do próprio ex-senador. O posto não precisa de aprovação do comitê da petroleira.
Segundo o jornal, Prates insiste na nomeação de Nery por ele ser "nomeação pessoal de Lula".
A sacada para manter Nery no cargo veio de uma brecha no estatuto da empresa, que prevê que substituto eventual pode permanecer no cargo por 180 dias.
De acordo com O Globo, o processo apurava possíveis irregularidades com o gasto de mais de R$ 1 milhão com ingressos em camarotes no carnaval da Bahia para políticos aliados de Dilma, além de patrocinar o trio elétrico de um parente do chefe de gabinete do ex-presidente da companhia, Sérgio Gabrielli.