Paulo César Ladeira (PT), ex-prefeito de Carmo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, é alvo de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do RJ, deflagrada nesta sexta-feira (10/11). A Operação Éolo investiga suspeita de superfaturamento na compra de respiradores durante a pandemia de Covid-19.
Até o momento, cinco pessoas foram presas e duas estão sendo procuradas. Entre os presos está Rui Tomé de Souza Aguiar, que na época da compra era assessor da Presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e hoje está lotado no gabinete do deputado estadual Andrezinho Ceciliano (PT). Os demais presos são Alex Sachi da Silva, Jubert Silva Cardoso, Nielsei Souza de Melo e Thiago Cardoso de Castro.
Inicialmente, o MPRJ havia informado que Ladeira também havia sido preso, mas depois corrigiu a informação e disse que o mandado contra ele era de busca e apreensão.
Ladeira foi preso por pelo menos duas vezes em 2021, por supostas fraudes em contratos para a limpeza urbana em Carmo. Em duas fases da Operação Chorume, da qual a Éolo é um desdobramento, agentes apreenderam R$ 130 mil enterrados em tubos de PVC no sítio do ex-prefeito. Segundo a polícia, o valor era oriundo de propina paga pela empresa que fazia a coleta de lixo na cidade.
Os mandados de prisão e busca e apreensão desta sexta-feira foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e cumpridos em endereços no Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba, Mangaratiba, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita, Laje do Muriaé e Carmo.
Conforme as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) na Operação Éolo, Ladeira adquiriu, em 2020, nove respiradores da empresa Sheridan Rio Comércio e Serviços, utilizando recursos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O MPRJ identificou sobrepreço e constatou que apenas quatro dos nove aparelhos funcionavam. A Sheridan, cuja principal atividade é a limpeza em prédios e domicílios, possui atividades secundárias que incluem a construção de rodovias, agência de viagens, produção musical e teatral, comércio de equipamentos hospitalares e fabricação de meias.
O Gaeco/MPRJ apresentou denúncia à Justiça contra 14 pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal, fraude nos contratos de licitação e lavagem de dinheiro.