Um pequeno vídeo publicado pelo canal do UOL na internet, que serve de prólogo para uma matéria escrita do jornal de mesmo nome traz dados sobre os gastos governamentais com militares, e especificamente com os generais e seus herdeiros, viúvas e filhas, a informação é da Revista Sociedade Militar.
O que se gasta com todos oficiais generais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e seus apaniguados provavelmente daria para fazer pelo menos mais uma Força Armada.
Viúvas e órfãos de generais recebem bilhões de reais todo ano, e por uma mágica burocrática, alguns desses oficiais nem precisaram morrer para deixar pensões para os seus herdeiros.
O Brasil tem tantos generais na ativa quanto o exército dos Estados Unidos. São 175. Mas o general brasileiro comanda em média quase a metade de soldados que um general americano, ou seja, proporcionalmente ao tamanho da tropa, há mais generais brasileiros do que no exército mais poderoso do mundo.
O problema de haver tantos oficiais é o efeito cascata. Para cada general da ativa, há 24 generais aposentados ou na reserva. E não para por aí.
Além desses generais de pijama, há mais de 8.000 herdeiras de generais que já faleceram e que recebem o soldo dos pais e dos maridos há 12, 13 anos. É como se um general da ativa valesse por 72 generais.
As aposentadorias e pensões dos 13 mil generais de pijama, filhas e viúvas de generais mortos custaram 3 bilhões e 675 milhões de reais em 2022, ou seja, 40 vezes mais do que o custo dos generais da ativa.
Além de se perpetuarem por gerações, os privilégios são muito concentrados no topo da carreira militar. O valor que o governo gasta para remunerar 13.000 generais e seus herdeiros é praticamente igual ao que o governo paga a 90 mil soldados e cabos, que, além de ganhar muito menos, há poucas herdeiras que recebem pensão dessas patentes.
A maior parte do dinheiro pago a pensões militares vem do seu, do meu, do nosso dinheiro.
Em 2022 o governo federal gastou quase três vezes mais com herdeiros de militares do que com médicos. Nos últimos quatro anos, o governo gastou 94 bilhões de reais para pagar as pensões de 235 mil herdeiras e herdeiros de militares.
Esse valor teria sido suficiente para pagar bolsa família a quase 3 milhões de novas famílias e pelo mesmo período, ou seja, teria um alcance 13 vezes maior.
As pensões militares começaram a ser pagas em 1939 aos sobreviventes da Guerra do Paraguai e suas viúvas. Pouco depois, as filhas começaram a herdar as pensões das mães que morriam.
Em 2001, o governo finalmente cortou o benefício, mas só para quem entrou nas Forças Armadas a partir daquele ano. Por isso, o Ministério da Defesa estima que vamos pagar essa conta até 2096. Isso se o Brasil não entrar em nenhuma guerra até lá