Um funcionário da Procuradoria-Geral da República está sendo investigado por seu envolvimento no núcleo financeiro de uma quadrilha de tráfico de armas, a qual movimentou uma quantia bilionária. O analista processual Wagner Vinícius de Oliveira Miranda é identificado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro associada ao crime organizado. As investigações fazem parte da Operação Dakovo, que foi deflagrada na semana passada.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo investigado importou mais de 40 mil armas do Paraguai para o Brasil, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão. Há evidências de depósitos bancários relacionados a supostas operações para uma empresa da qual o servidor é sócio, conforme reportado pelo jornal O Estado de São Paulo.
Essas contas, segundo a polícia, seriam efetivamente utilizadas por Angel Antonio Flecha Barrios, apontado como intermediário da quadrilha. Barrios é acusado de abastecer o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho com armamento, incluindo pistolas, fuzis e munições de grosso calibre.
Wagner Vinícius de Oliveira Miranda foi afastado de suas funções pela Justiça Federal, pois seu cargo na PGR lhe permitia acesso a dados sensíveis à operação. A Procuradoria-Geral da República informou ao jornal que o caso está sob sigilo e que todas as medidas cabíveis foram tomadas desde o início da investigação.