O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na quinta-feira (09/02) que o Brasil aumentará sua contribuição para a Agência das Nações Unidas de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), contrariando a decisão de mais de 16 países que suspenderam o financiamento à entidade após denúncias de colaboração com o grupo terrorista Hamas.
Em discurso na Embaixada da Palestina, onde foi homenageado em um jantar, Lula defendeu a importância da UNRWA para a população palestina e criticou os países que cortaram o financiamento.
"As recentes denúncias contra funcionários da UNRWA precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la", disse o petista. "O Brasil exorta a comunidade internacional a manter e reforçar suas contribuições para o bom funcionamento das suas atividades. Meu governo fará aporte adicional de recursos para a agência."
A decisão de Lula coloca o Brasil em oposição aos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e outros países que suspenderam o financiamento à UNRWA após a divulgação de um relatório israelense que acusava a agência de abrigar militantes do Hamas e permitir o uso de suas instalações para atividades terroristas.
A UNRWA, que atende mais de 5 milhões de refugiados palestinos em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano, nega as acusações e afirma que está comprometida com a neutralidade e a imparcialidade.
Israel encontrou túneis do Hamas sob sede da UNRWA
No sábado (10/02), as Forças Armadas de Israel anunciaram a descoberta de uma rede de túneis do Hamas que passava parcialmente sob a sede da UNRWA em Gaza. Os militares israelenses chamaram a descoberta de "nova evidência da exploração da principal agência de ajuda humanitária aos palestinos pelo Hamas".
As denúncias contra a UNRWA e a descoberta dos túneis do Hamas agravaram a crise que a agência enfrenta. A UNRWA já sofria com um déficit de financiamento antes das últimas denúncias, e a suspensão do financiamento por parte de vários países pode levar à suspensão de serviços essenciais para os refugiados palestinos.