O ex-comandante do Exército durante o governo de Jair Bolsonaro, o general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, confirmou sua participação em reuniões onde foram discutidos os termos de uma minuta que tem sido chamada de "minuta do golpe".
De acordo com informações da CNN Brasil, o militar compartilhou detalhes desses encontros em seu depoimento à Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (1º de março).
O depoimento do general foi parte das investigações em curso sobre a suposta existência de uma organização criminosa que teria planejado um golpe para manter Bolsonaro no poder.
Diferentemente de outros aliados do ex-presidente, Freire Gomes respondeu a todas as perguntas durante oito horas de interrogatório.
A operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, já conduziu cerca de 20 depoimentos até o momento. O depoimento do ex-comandante do Exército foi o mais longo até agora, iniciando na sexta-feira e concluindo na madrugada de sábado.
Os detalhes do depoimento estão mantidos em sigilo pela PF, que agora analisará minuciosamente as informações para determinar os próximos passos da investigação. As revelações sobre o esquema golpista vieram à tona após a PF realizar mandados de busca e apreensão contra Bolsonaro e aliados, incluindo o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente, general Braga Netto, em 8 de fevereiro.
No dia 22, Bolsonaro prestou depoimento às autoridades, optando por exercer seu direito de permanecer em silêncio. Em resposta às ações policiais, o ex-presidente realizou uma manifestação na Avenida Paulista no domingo seguinte (25 de fevereiro), alegando estar sendo alvo de perseguição e negando qualquer envolvimento em um suposto golpe de Estado.