A Polícia Federal (PF) indiciou diversas pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por supostos crimes relacionados à inserção de dados falsos em sistemas públicos no contexto da investigação sobre a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19. Além de Bolsonaro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência, e Gutemberg Reis, atual deputado, também foram indiciados.
O documento de indiciamento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (18/03). Os crimes apontados pela PF incluem o uso de documentos falsos, inserção de dados falsos em sistemas de informação e falsidade ideológica de documentos públicos. Ao todo, 18 pessoas foram relacionadas no documento de indiciamento.
De acordo com a PF, as inserções de dados falsos teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, resultando na distorção da verdade em relação à condição de imunização contra a Covid-19 dos envolvidos. Isso teria possibilitado que os investigados emitissem certificados de vacinação falsos para contornar as restrições sanitárias em vigor, impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos, visando conter a propagação da doença.
A investigação sugere que o objetivo do grupo era manter uma coesão identitária em relação à sua agenda ideológica, particularmente no que diz respeito à oposição à vacinação contra a Covid-19. Essas ações estão sendo analisadas dentro do inquérito policial que investiga as chamadas "milícias digitais", em curso no Supremo Tribunal Federal.