Na tarde desta segunda-feira (17/06), o presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um "estatuto de bom comportamento do homem" para incentivar o combate à violência contra mulher. A fala foi feita durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília.
O petista comentou o tema durante sanção da lei que obriga Estados e DF a apresentarem, a cada 10 anos, um plano de metas para combater a violência contra a mulher para, então, terem acesso a recursos federais destinados à segurança pública e aos direitos humanos.
"Nós precisamos pensar em fazer um estatuto de bom comportamento do homem. Imaginar que uma mulher, depois de uma jornada de trabalho, não tem vontade de voltar para casa porque lá vai encontrar um marido que é agressor e que pode bater nela por qualquer coisa, ou até mesmo sem alguma coisa. Ele está predestinado a ser agressivo. É preciso ter um estatuto para formar essa espécie de ser humano", disse Lula.
No evento, o petista afirmou estar "convencido" de que é preciso apostar na educação para combater a violência contra mulher, o que inclui ações nas escolas para "formar um novo homem, uma nova mulher".
"Isso começa pelo Ensino Fundamental, Médio. A escola é espaço para poder tentar mostrar alinhamento de comportamento do ser humano", disse Lula. "Cidadão [que bate em mulher] não presta enquanto ser humano, não está bem formado", acrescentou.
Lula ainda destacou a aprovação do projeto que condiciona o repasse de recursos aos planos de metas dos Estados e DF. Para o petista, é uma prova de que, mesmo com maioria conservadora, é possível avançar na proteção a mulher no Congresso.
"Mesmo Congresso sendo um Congresso de uma maioria ideologicamente conservadora, a gente percebe que em determinadas circunstâncias a gente consegue há maioria para aprovar coisas importantes", disse o presidente.