O ex-governador do Paraná e deputado federal Beto Richa (PSDB) teve declarada "nulidade absoluta" de todos os processos que o investigaram por corrupção e desvios de recursos públicos, no âmbito da Operação Lava Jato e de mais quatro operações, que lhe renderam três prisões, desde 2018.
A decisão tomada na terça-feira (19/12) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli atende à defesa de Richa e conclui ter sido provada a manipulação do processo contra o ex-governador.
Para Toffoli, revelou-se " incontestável quadro de conluio processual" entre os órgãos acusador e jurisdicional, em referência à Força-Tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), à época coordenada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol, e o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, o senador Sérgio Moro (União-PR), que negam tal combinação.
Além da Lava Jato, Richa foi alvo das operações Rádio Patrulha, Piloto, Integração e Quadro Negro. E foi preso pela primeira vez em 2018, na Operação Radio Patrulha, por suspeitas de corrupção em um programa de recuperação de estradas na zona rural. E mais duas prisões contra Richa foram em 2019, na Operação Integração, suspeito de corrupção em contratos de pedágio; e na Operação Quadro Negro, acusado de desvios na construção e reformas de escolas estaduais.
A defesa de Beto Richa citou como provas de manipulação transcrições de conversas reveladas pela Operação Spoofing que teriam comprovado "uma atuação obsessiva daqueles agentes públicos visando a perseguição" ao ex-governador. Entre os diálogos, está o que Deltan Dallagnol e o procurador Diogo Castor de Mattos tratam da retirada de um dos processos contra Richa da comarca de Jacarezinho (PR), para a vara em que Moro atuava.