Há quase 18 anos, centenas de integrantes do grupo de esquerda Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) invadiram a Câmara dos Deputados.
Naquela ocasião, por volta das 15h do dia 6 de junho de 2006, um ataque violento deixou diversas pessoas feridas, a maioria delas funcionárias da Casa. O ato em questão era comandado por Bruno Maranhão, líder do MLST na época e um dos fundadores do PT.
Nos últimos dias e principalmente nesta quarta-feira (10/01), após documentário sobre o 8 de janeiro exibido pela Rede Globo com o nome de *A democracia resiste*, registros daquela invasão do MLST voltaram a viralizar nas redes sociais.
Em um deles, publicado pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM), é relembrada inclusive uma fala proferida no dia 8 de janeiro de 2023, pelo presidente Lula (PT), na qual o petista diz: "Nunca vocês viram alguma notícia de algum partido de esquerda, de algum movimento de esquerda, que invadisse o Congresso".
A realidade, porém, é bem diferente da fala de Lula, e aparece inclusive nos relatos dos veículos de imprensa que registraram o 6 de junho. Na TV Globo, por exemplo, o âncora William Bonner disse em pleno Jornal Nacional que o "Brasil assistiu a um atentado contra a democracia". William Waack, então no comando do Jornal da Globo, foi ainda mais enfático e chamou os invasores de "grupo sem lei".
"Ninguém precisa ficar surpreso com a depredação da Câmara dos Deputados hoje por um grupo sem lei, que se intitula sem-terra, comandado por um dirigente nacional do PT", destacou Waack.
Na ocasião, o jornal noticiou que 539 ativistas chegaram a ser detidos por causa da invasão, mas boa parte deles foi solta logo nos primeiros dias após o ocorrido.
O desenrolar jurídico do caso, no entanto, foi bem diferente da condução atual do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Pouco mais de um mês depois do ocorrido, no dia 18 de julho de 2006, o jornal O Estado de São Paulo noticiou que a Justiça Federal mandou soltar os últimos 32 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) que permaneciam presos.
Já sobre a soltura dos últimos 32 integrantes do MLST, segundo o veículo, havia um posicionamento contrário do Ministério Público Federal (MPF) que, na época, defendia que eles continuassem detidos.