"Os ex-Chefes de Estado e de Governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela", diz a carta para Lula.
"O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente prejudicará mortalmente os esforços que continuarão a ser feitos com tanto sacrifícios nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país", diz ainda o documento.
O documento é assinado por integrantes do grupo Idea, um fórum composto por 37 ex-líderes mundiais. Entre os signatários estão os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina; Álvaro Uribe e Iván Duque, da Colômbia; Vicente Fox, do México; Guillermo Lasso, do Equador; e Carlos Mesa, da Bolívia.
Embora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) também faça parte do fórum, ele não assinou a carta enviada a Lula.
Na semana passada, o grupo Idea já havia solicitado a Lula, em outra carta, que reconhecesse a vitória do candidato oposicionista Edmundo González.
A oposição venezuelana alega que González venceu com base na contagem das atas eleitorais, os documentos que registram os votos e o resultado em cada local de votação na Venezuela. Os EUA reconheceram a vitória de González.
No sábado (03/08), uma contagem independente das atas eleitorais, realizada pela agência de notícias Associated Press (AP), indicou que o candidato oposicionista venceu o pleito, realizado na semana passada, com uma diferença de 500 mil votos.
A Venezuela foi às urnas na semana passada, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), equivalente à Justiça eleitoral na Venezuela, anunciou a vitória de Maduro mesmo sem divulgar as atas eleitorais.
O CNE, que é comandado por um aliado do ditador socialista venezuelano Nicolás Maduro, alegou demora no sistema de contagem de votos devido a um ataque cibernético.
A oposição disse ter tido acesso a mais de 80% das atas por meio de representantes que compareceram à grande maioria dos locais de votação, e criou um site onde publicou todos os documentos. A verificação da AP foi feita com base nessas atas.