A Procuradoria da Venezuela solicitou nesta segunda-feira (02/09) a prisão de Edmundo González Urrutia, rival do ditador Nicolás Maduro nas eleições de julho, nas quais o mandatário foi proclamado vencedor em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.
Em um documento, o promotor Luis Ernesto Dueñez Reyes pediu a ordem de prisão contra González Urrutia por supostos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, incitação à desobediência das leis, conspiração, sabotagem e associação ilícita.
González Urrutia faltou a três convocações do Ministério Público Fiscal do chavismo na última semana. A investigação contra González Urrutia está relacionada com a publicação de um site, onde a principal coalizão de oposição – a Plataforma Unitária Democrática (PUD) – afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" coletadas por testemunhas e membros da mesa na noite da eleição, para sustentar sua denúncia de fraude nas eleições presidenciais.
A PUD divulgou essas atas, que o Executivo considera "falsas", depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro como vencedor das eleições, decisão questionada por diversos países, alguns dos quais apoiam a alegação de que González Urrutia venceu por ampla margem.
Por isso, a Procuradoria convocou o candidato da PUD por "supostos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, incitação à desobediência das leis, crimes cibernéticos, associação criminosa e conspiração".
Na quinta-feira, quando foi divulgada a terceira intimação, a Procuradoria avisou que, se ele não comparecer novamente, será "emitida uma ordem de prisão" por considerar que ele "está em risco de fuga".
No último domingo, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, González Urrutia afirmou que o MP "pretende submetê-lo a uma entrevista sem especificar em que condições ele deve comparecer e pré-julgando crimes que não foram cometidos".
Na sua opinião, o procurador-geral "tem se comportado, reiteradamente, como um acusador político", já que – afirmou – "condena antecipadamente e agora impulsiona uma convocação sem garantias de independência e devido processo".