O presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não romperá relações nem adotará bloqueios contra a Venezuela, destacando que tais medidas "não prejudicam Maduro, mas sim o povo". A fala foi feita na tarde desta sexta-feira (06/09) em entrevista à Difusora Goiânia.
O petista já havia manifestado anteriormente sua posição de não reconhecer a vitória do ditador socialista Nicolás Maduro nas eleições de julho, até que o resultado fosse oficialmente divulgado por meio das atas.
Mesmo assim, a diplomacia brasileira já comentava que a tendência não era um rompimento na relação entre os dois países.
"A gente não aceitou o resultado das eleições, mas não vou romper relações, e também não concordo com a punição unilateral, o bloqueio, porque o bloqueio não prejudica o Maduro. O bloqueio prejudica o povo. E eu acho que o povo não deve ser vítima disso", disse Lula na entrevista.
Durante a entrevista, Lula destacou que, assim como se sentiu no direito de não reconhecer a vitória de Maduro, também não reconhece a da oposição.
No final do mês passado, o Tribunal de Justiça da Venezuela, controlado pelo governo, oficializou a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial, sem, no entanto, apresentar as atas de votação que comprovassem o resultado.
Dias após a decisão, a Justiça venezuelana atendeu a um pedido do Ministério Público e emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González, o principal opositor de Maduro no pleito.
Após esses acontecimentos, Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, classificou a medida como "muito preocupante" e "a escolha errada a se fazer."