O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (12/09) que o Brasil atravessa um período considerado "o melhor dos mundos", com uma taxa de desemprego historicamente baixa e inflação também em patamar reduzido.
No entanto, ele reconheceu que ainda há pessimismo em parte do mercado financeiro, atribuindo parte desse sentimento à especulação.
"Nós crescemos em três meses o que o mercado projetou para o ano inteiro. Entendo que tem os especuladores que ganham com isso, nós não podemos desconsiderar a especulação. Tem gente que ganha com esse tipo de conversa, mas tem gente que erra também. Tem gente que erra a previsão, e de boa fé", disse Haddad durante entrevista ao Bom Dia Ministro, programa do Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Haddad apontou uma contradição no mercado financeiro, que tem comemorado os resultados da Argentina, apesar de o país ter registrado uma queda de -5,1% no PIB no primeiro trimestre do ano, enquanto ainda mantém críticas aos números do Brasil.
"Quando eu falo com empresários argentinos, que o país está derretendo, eles estão otimistas. A recessão na Argentina é brutal, a pobreza passou de 50% na Argentina. E quando você fala com alguém do mercado financeiro aqui, no Brasil, você vê exatamente o contrário. Ele fala que tudo está indo errado. Agora, as previsões catastrofistas não estão acontecendo", completou Haddad.
No segundo trimestre de 2024, o PIB do país registrou um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas do mercado financeiro. A taxa de desemprego em junho foi de 7,1%, a menor para o período desde 2014.
Ao mesmo tempo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação em agosto, com uma queda de 0,02%, influenciada pela redução nos preços dos alimentos (-0,44%). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou uma alta de 4,24%.