Durante uma entrevista ao UOL na segunda-feira (07/10), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Guilherme Boulos (PSOL) possui condições de buscar votos e dialogar com o eleitorado de Pablo Marçal (PRTB) no segundo turno das eleições municipais de São Paulo. Segundo Gleisi, é possível que os eleitores de Marçal, que terminou a disputa em 3º lugar, se sintam atraídos pela candidatura de Boulos.
"A votação apertada entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Boulos demonstra que a candidatura do deputado, apoiado pelo presidente Lula (PT), não pode "dar de barato" os milhares de votos de Marçal", destacou Gleisi.
"Temos que também buscar os votos que foram para o Marçal. Não dá para dar de barato que são votos da extrema direita. A gente tem ali voto de uma juventude que atua nas redes, de um pessoal que pensa diferente, e que eu acho que o Boulos tem condições de dialogar. [
] É uma eleição que está aberta", disse a petista ao veíceulo.
Gleisi também mencionou a reunião da executiva nacional do PT programada para amanhã, onde a participação do presidente Lula nas eleições do segundo turno será um dos tópicos em pauta. "Gostaríamos de ter tido o presidente por muito mais tempo, mas ele é presidente da República. Ele tem o país para tocar, e pegou a questão das queimadas e enchentes, os problemas todos, além das agendas internacionais", explicou.
A presidente do PT minimizou as expectativas para o processo eleitoral de 2024, ressaltando que o objetivo era "melhorar o resultado de 2020". "Crescemos o número de prefeituras, crescemos o número de vereadores, estamos indo para a disputa do segundo turno em quatro capitais, mais nove cidades que são importantes. O que tínhamos de expectativa, que inclusive era da recuperação da imagem do PT, a gente cumpriu", afirmou.
Porém, Gleisi também reconheceu que o partido precisa rever suas estratégias nas disputas estaduais, após um desempenho aquém do esperado em algumas localidades. "Apesar disso, houve uma melhora em relação a 2020, e o PT está em um processo de recuperação e reorganização após anos difíceis que ela classificou como "calvário" e perseguição".