O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, se manifestou nesta quinta-feira (14/11) sobre as explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13/11). Para o decano da Corte, o incidente não é um fato "isolado", mas parte de uma série de eventos recentes interligados.
Gilmar Mendes afirmou que tais episódios são consequência de uma "ideologia rasteira" que estaria comprometendo a estabilidade das instituições.
De acordo com Gilmar Mendes, o ato está associado ao 8 de Janeiro. O ministro viu ainda relação com o Governo Bolsonaro.
"O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados pelo governo anterior", disse Gilmar Mendes durante sessão plenária de hoje do STF.
"Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018, em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques pessoais e fake news", continuou.
Segundo Gilmar Mendes, a radicalização política ganhou força no Brasil em 2019, quando Bolsonaro assumiu.
Dessa forma, de acordo com o ministro do STF, o "discurso de ódio" teria radicalizado o debate político a ponto de "criminalizar a oposição", ter "desprezo à alteridade" e fazer "ataques sistemáticos às instituições de controle que cerraram fileiras contra essas práticas, como a Justiça Eleitoral e a Suprema Corte".
"Símbolos e feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais, a ponto de, em 2021, a comemoração do 7 de Setembro ter sido utilizada para realização de ameaças ao STF, incitando os cidadãos ao descumprimento de decisões judiciais", completou o magistrado.