O dólar comercial alcançou R$ 6,16 na máxima desta terça-feira (17/12), após iniciar o dia em alta, impulsionado pela divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento reforçou a previsão de elevação da taxa Selic para 14,25% em março.
A ata indicou que a desvalorização do real e a percepção dos agentes financeiros sobre o pacote de corte de gastos afetaram negativamente os ativos financeiros. Na segunda-feira (16 de dezembro), o Banco Central realizou dois leilões para conter a alta do dólar, mas a moeda fechou em alta.
O Copom destacou que o cenário econômico, que ainda era incerto até a penúltima reunião, se tornou "mais adverso". A autoridade monetária afirmou que a percepção dos agentes econômicos em relação ao pacote fiscal impactou de forma significativa os preços dos ativos e as expectativas futuras, com especial atenção ao prêmio de risco, à inflação e à taxa de câmbio.
O Banco Central reconheceu uma "desancoragem adicional" das projeções, o que acentua o cenário adverso e exige uma política monetária mais rigorosa. "A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida", relatou a ata.
Às 09h08, o dólar subia 0,92%, cotado a R$ 6,1500, e atingiu a máxima de R$ 6,1640 durante o dia. Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 0,99%, fechando a R$ 6,0942, um novo recorde nominal (sem ajuste pela inflação), com a máxima chegando a R$ 6,0980. Com esse resultado, o dólar acumulou ganhos de 0,99% na semana, alta de 1,56% no mês e avanço de 25,59% no ano.