O dólar iniciou a operação em queda após o Banco Central do Brasil (BC) realizar um leilão de venda da moeda, visando conter a desvalorização do real. No entanto, o cenário fiscal ainda segue como principal preocupação no mercado. Por volta das 10h10, a moeda chegou a atingir o recorde de R$ 6,30.
Às 10h30, o dólar registrava queda de 0,21%, sendo cotado a R$ 6,2540. No entanto, atingiu a máxima do dia a R$ 6,3000. Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 2,82%, cotada a R$ 6,2672. Com isso, o dólar acumulou ganhos de 3,85% na semana, 4,44% no mês e 29,15% no ano.
O foco dos investidores permanece no cenário fiscal. Nesta quarta-feira, o relator de um dos projetos do pacote de cortes de gastos do governo federal na Câmara dos Deputados apresentou seu parecer para que os textos sejam votados. Contudo, houve uma "desidratação" de algumas medidas, ou seja, uma flexibilização de pontos que podem resultar em uma contenção de despesas públicas menor do que o esperado.
O temor no mercado é que as medidas propostas não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas e controlar o crescimento das despesas do governo. Há expectativas de que mais propostas do pacote sejam votadas nesta quinta-feira.
Além do cenário fiscal, o mercado também repercute o relatório de inflação do BC, que admitiu oficialmente que a meta de inflação para 2024 não será cumprida, pelo terceiro ano consecutivo. A meta, estabelecida em 3,0%, poderia oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada dentro da meta.