A oposição venezuelana denunciou na tarde desta quinta-feira (09/01) que agentes da ditadura de Nicolás Maduro dispararam contra a líder María Corina Machado na saída de uma manifestação em Caracas, capital da Venezuela. A ex-deputada ainda foi presa após o incidente.
Em uma postagem da campanha oposicionista, foi informado que María Corina Machado foi violentamente interceptada ao deixar a concentração em Chacao, município de Caracas, onde participou do protesto e cumprimentou seus seguidores.
María Corina Machado, que estava escondida há meses, saiu às ruas pela 1ª vez desde o início da crise política. Sua equipe, consultada antes do protesto, afirmou não ter informações sobre a existência de um mandado de prisão contra a líder.
A postagem da campanha ainda detalhou que agentes do governo dispararam contra as motos que transportavam María Corina Machado. A situação estava sendo monitorada pela equipe, que esperava confirmar os detalhes minutos após o ocorrido.
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, que deram a "vitória" a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Os resultados nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais, que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.
Por outro lado, a oposição publicou as atas que recebeu de seus fiscais partidários, as quais, segundo eles, indicam uma vitória de quase 70% dos votos para Edmundo González, ex-diplomata e aliado de María Corina Machado, que foi impedido de se candidatar. O chavismo, por sua vez, alega que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados, mas os aliados de Maduro não apresentaram nenhuma ata eleitoral.
O Ministério Público da Venezuela, controlado por Maduro, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, acusando-o de usurpação de funções do poder eleitoral. O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento, mas se asilou na Espanha no início de setembro após um mandado de prisão ser emitido contra ele.
Desde o início do processo eleitoral, diversos opositores foram presos, e segundo organizações de direitos humanos, pelo menos 2.400 pessoas foram detidas e 24 morreram após o pleito de 28 de julho.
Gazeta Brasil