Como se não bastasse o aumento no preço da carne, inviabilizando a aquisição da tão sonhada picanha prometida pelo presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, o cafezinho também deve ser um vilão do bolso do brasileiro em 2025. É o que apontam as projeções de economistas brasileiros, que acreditam em fortes altas tanto da carne quanto do café neste ano.
Ao jornal O Globo, o economista Luis Otavio Leal, sócio da G5 Partners, disse acreditar que os dois itens serão os grandes "vilões" de 2025, com altas de 7,5% no preço da carne e de 20% no do café neste ano. Já Alexandre Maluf, da XP, crê em números ainda piores, com um aumento de até 20% no preço da carne, e, no caso do café, um percentual superior a esse.
No Brasil, o preço da saca de café arábica de 60 quilos chegou a R$ 2.387,85, uma alta de 132% em apenas um ano, considerando preços de janeiro deste ano ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento do valor do café em 2024, no geral, foi de 39,6%, enquanto a carne ficou 20,84% mais cara.
Para Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, o principal impeditivo de melhora das projeções de preços é a política fiscal. O especialista ressalta que, se governo conseguir retomar a confiança dos agentes econômicos a partir da apresentação de resultado primário melhor que o esperado, isso trará estabilidade à inflação.
"Essa deve ser a preocupação. Mexer em preços pode ainda perturbar o mercado, e se preocupar [com alimentos] dessa forma me parece uma preocupação prematura e exagerada com eleição. Não é boa motivação", ressalta o professor.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Agrário alegou que o aumento de preços de commodities – como café, açúcar, laranja e carne – no mercado internacional e eventos climáticos que afetaram a safra passada foram os fatores que impulsionaram a alta de preços no mercado interno.