POLÍTICA

R$ 4 milhões: Mídia Ninja usa ONGs para receber verba do governo Lula

Por sou curitiba

05/03/2025 às 15:17:57 - Atualizado hĂĄ
Foto: Reprodução/Redes sociais

A MĂ­dia Ninja, que é ligada à esquerda, tem usado ONGs para receber repasses do governo Lula enquanto afirma publicamente não ser bancada com dinheiro pĂșblico.

Duas entidades diretamente ligadas ao grupo, e cujos representantes tĂȘm atuação no Ministério da Cultura, obtiveram R$ 4 milhões em convĂȘnios, emendas parlamentares e lei de incentivo durante o atual governo do presidente petista Luiz InĂĄcio Lula da Silva. As informações são do Estadão.

Liderado pelo ativista Pablo Capilé, a MĂ­dia Ninja apoiou Lula oficialmente à presidĂȘncia, em 2022. Fez campanha para "virar votos" e, ao anunciar a vitória do petista sobre o então presidente Jair Bolsonaro (PL), escreveu "vencemos" em uma publicação.

As pĂĄginas oficiais do movimento Ninja somam quase 7 milhões de seguidores nas principais redes sociais (4,6 milhões no Instagram, 1,2 milhão no YouTube e 1 milhão no X).

No site oficial, a MĂ­dia Ninja afirma não ser bancado por verba pĂșblica e critica os "veĂ­culos de comunicação corporativos" que "sobrevivem às custas de altos investimentos pĂșblicos". Entretanto, seus cofundadores dirigem organizações não governamentais que recebem dinheiro do governo.

Procuradas, as entidades negam ter sido escolhidas por seu vĂ­nculo polĂ­tico com a gestão do petista. Elas dizem ser apenas parceiras da MĂ­dia Ninja, sem poder falar pelo movimento.

O movimento não tem personalidade jurĂ­dica própria, mas financia seus projetos por meio de duas ONGs nos nomes de seus fundadores. Elas jĂĄ ganharam R$ 1,6 milhão desde 2023.

HĂĄ, ainda, mais R$ 2,4 milhões previstos por meio de incentivos e convĂȘnios assinados ou pré-acordados por elas com o Ministério da Cultura e com o Ministério da Justiça, por meio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. O presidente de uma delas foi autorizado a captar R$ 985 mil por meio da Lei Rouanet. Ele diz não ter conseguido captar os recursos.

Os principais projetos financiados com verba pĂșblica levam o nome Ninja ou tĂȘm seções próprias dentro do site oficial do movimento. Em notas enviadas pela mesma assessoria de imprensa, as entidades afirmaram que não falam em nome da MĂ­dia Ninja, mas relataram uma "relação natural de apoio executivo e institucional" porque o movimento é "uma rede de comunicação livre" formada por "diferentes produtores e gestores culturais".

A principal contemplada é a Associação Coletivo Cultural, com R$ 3,4 milhões. Uma parte da verba, R$ 296 mil, partiu de convĂȘnio com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), ligada ao Ministério da Cultura. O lĂ­der da ONG, Talles Pereira Lopes, e a conselheira fiscal, Karla Kristina Oliveira Martins, são fundadores da MĂ­dia Ninja e fizeram parte de colegiados da Funarte que atuaram na escolha de projetos na época em que a organização deles foi contemplada.

Um dos documentos apresentados pela ONG ao governo demonstra que a relação dela com a MĂ­dia Ninja é mais do que de "apoio".

Em nota, o ministério afirmou que seguiu critérios estabelecidos em uma portaria que determinava a seleção de dez representantes da sociedade civil "com reconhecida atuação no segmento artĂ­stico", sendo pelo menos um de cada região do paĂ­s. Também foram considerados elementos de diversidade territorial, étnico-racial, de gĂȘnero e de atuação.


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