O mês de fevereiro terminou com uma baixa histórica para Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A baixa foi de 7,49%, aos 104 mil pontos. Essa é a pior marca já registrada no mês em 22 anos.
As incertezas no cenário econômico global e doméstico puxaram o Ibovespa para baixo. O índice é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3.
A conjuntura interna, com a queda de braço entre o governo e o Banco Central (BC), preocupou investidores, que temem alguma forma de intervenção na política monetária.
No início de fevereiro, o Comitê de Política Monetária do BC manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano. Os indicativos são de que os cortes nos juros não devem acontecer tão cedo, por causa do risco fiscal e de perspectivas de inflação mais alta.
O pacote econômico para ajuste das contas públicas apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não convenceu o mercado, que ainda aguarda o novo arcabouço fiscal.
"Vimos volatilidade causada por esses fatores, somada a um cenário externo mais negativo, que resultou nessa realização do Ibovespa em fevereiro", disse Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.
Fora a questão política, os balanços do quarto trimestre de 2022 penalizaram os bancos, que tiveram os resultados impactados pela crise na Americanas. Já o varejo continua sofrendo pela pressão na curva de juros.