O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou uma crise diplomática com Israel ao afirmar que as ações militares do país na Faixa de Gaza configuram um genocídio e comparar a situação com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
As declarações, feitas durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, neste domingo (18/02), foram repudiadas pelo governo israelense, que convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para uma "chamada de reprimenda".
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o que chamou de declarações "infundadas" de Lula. Para a entidade, a fala do petista é uma "distorção perversa da realidade".
Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, classificou as palavras de Lula como "vergonhosas e graves" e disse que falará sobre o tema com o embaixador brasileiro no país.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu às declarações de Lula em um post na rede social X. "Comparar Israel ao Holocausto e a Hitler é cruzar uma linha vermelha", disse Netanyahu. "Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional".