A Polícia Federal confirmou ter localizado uma nova joia nos Estados Unidos, supostamente relacionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, durante buscas recentes. Essa descoberta vem como desdobramento das investigações sobre um possível esquema de venda de presentes recebidos pelo ex-presidente.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anunciou que os agentes também encontraram um vídeo que mostra uma pessoa próxima a Bolsonaro tentando vender essa joia, até então desconhecida pelas autoridades brasileiras.
Esses novos elementos podem robustecer o relatório policial contra Bolsonaro, cuja conclusão do inquérito está prevista para junho. Nesse sentido, tanto o ex-presidente quanto seus aliados correm o risco de serem indiciados.
A descoberta ocorreu em 30 de dezembro de 2022, quando joias foram transportadas para os Estados Unidos de forma oculta dentro do avião presidencial. Naquela data, Bolsonaro deixou o Brasil para evitar a cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, retornando apenas em março de 2023.
No ano passado, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, autorizou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a solicitar ajuda ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, incluindo o FBI, no caso.
Apesar de Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, não terem sido alvos diretos da operação sobre as joias, o relatório de investigação sugere uma possível relação deles com o caso. Entre os indícios encontrados pela PF estão o uso de um avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e mensagens que organizam a entrega "em mãos" de US$ 25 mil ao ex-presidente.
Em agosto do ano passado, a corporação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligada ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente. Um dos alvos da operação foi o general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ambos são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos por Bolsonaro, utilizando a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior.