O ministro da Justiça do governo Lula, Ricardo Lewandowski, declarou nesta quinta-feira (03/10) que a responsabilidade principal no combate a incĂȘndios florestais cabe aos governos estaduais, com o governo federal atuando apenas como "coadjuvante" nesse processo. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC, Lewandowski admitiu que o Executivo foi "surpreendido" pela intensidade das queimadas e destacou a suspeita de que muitas delas tenham origem criminosa.
"O que é preciso agora é tentar coordenar as forças de combate aos incĂȘndios. Nós, do governo federal, somos coadjuvantes neste processo. Porque não é o papel primĂĄrio da União, do governo federal, combater os incĂȘndios. Quem combate e reprime os incĂȘndios são as PolĂcias Militares, sobretudo os bombeiros militares que existem em grande nĂșmero no paĂs", afirmou o ministro de Lula.
Lewandowski também destacou a disparidade entre os efetivos de segurança nos estados e no âmbito federal. "Temos hoje cerca de 500 mil policiais militares em todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, enquanto hĂĄ 12 mil policiais federais e outros efetivos menores na polĂcia penal federal e na Força Nacional", explicou.
O ministro sugeriu ainda que uma solução para reforçar a prevenção aos incĂȘndios pode ser a criação de bombeiros municipais, em um formato semelhante ao das guardas municipais, ampliando a capacidade de atuação das prefeituras.
Quanto à origem dos incĂȘndios, Lewandowski foi enfĂĄtico ao apontar indĂcios de ação criminosa. "Porque o fogo não pode ocorrer ao mesmo tempo em todo o paĂs, desde a Amazônia até o Cerrado, passando pelo Pantanal. E com focos isolados. Isso representa que os incĂȘndios foram criminosos em sua maior parte", afirmou. Segundo ele, não foram registrados fenômenos naturais, como relâmpagos, que pudessem justificar as queimadas em larga escala.