O ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), recuperou seus direitos políticos após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as condenações do político na Lava Jato.
Gilmar Mendes estendeu a Dirceu os efeitos da decisão que declarou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro em processos contra o presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, e invalidou atos processuais conduzidos por Moro em ações contra o ex-ministro.
A medida devolve a Dirceu a possibilidade de disputar cargos eletivos, como o de deputado federal, função que exerceu entre 1991 e 2005, antes de ter seu mandato cassado em meio ao escândalo do mensalão. Em abril deste ano, ele voltou ao Congresso Nacional 19 anos após a cassação, ocorrida em dezembro de 2005.
Nos bastidores, Dirceu vem reconstruindo sua influência política desde que Lula retornou à presidência em 2023. A decisão de Mendes o retira do rol dos políticos "ficha-suja", permitindo que ele planeje uma candidatura.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Dirceu já declarou intenção de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026, visando, segundo ele, fortalecer partidos progressistas contra o avanço de forças de direita no Congresso, movimento que se intensificou com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e sua influência contínua no cenário político.
Além disso, Dirceu tem se articulado dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), onde chegou a ser cogitado para suceder Gleisi Hoffmann na presidência nacional da legenda, refletindo sua retomada de influência partidária.