A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, protocolou na quarta-feira (20/11) um requerimento junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), solicitando o arquivamento do projeto de lei que propõe a anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro.
A medida, que vem sendo defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso, busca revogar as condenações de participantes do episódio, mas é vista pelo PT como uma tentativa de "descriminalizar atentados contra a democracia".
Assinado também pelo líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (PT-MG), o requerimento enfatiza os riscos dessa proposta para a estabilidade democrática e alerta para suas implicações negativas. O partido considera a tramitação do projeto "inoportuna" e "inconveniente", especialmente em um momento sensível para a política brasileira.
Em nota oficial, o PT aponta que os recentes episódios de violência política, como o atentado a bomba contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília e as descobertas feitas pela Polícia Federal no inquérito sobre os eventos de 8 de janeiro, tornam ainda mais preocupante a possibilidade de anistiar aqueles envolvidos em ações contra as instituições democráticas. Entre as investigações, foram revelados planos de assassinato contra figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre Moraes.
A solicitação do PT também destaca que a aprovação da anistia poderia estimular extremistas e encorajar novos ataques à democracia. O partido faz referência ao recente caso de um homem que, na semana passada, tentou atacar o ministro Moraes e acabou se suicidando na Praça dos Três Poderes, como um exemplo do tipo de consequência que a continuidade da tramitação do projeto poderia gerar.
"O avanço dessa proposição não representa nenhum benefício para o povo brasileiro e apenas reforça o erro de ignorar os atentados contra nossa democracia", afirmou a deputada Gleisi Hoffmann no documento.