Segundo IBGE, a proporção de pessoas em extrema pobreza também apresentou uma redução expressiva, diminuindo de 9% para 5,9% entre 2021 e 2022.
No Brasil, o percentual de pessoas em situação de pobreza caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022, enquanto a proporção de pessoas em extrema pobreza caiu de 9% para 5,9%, neste período.
Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (06/12) e constam na "Síntese de Indicadores Sociais 2023: uma análise das condições de vida da população brasileira".
Havia 67,8 milhões de pessoas na pobreza e 12,7 milhões na extrema pobreza em 2022, de acordo com o IBGE. Frente a 2021, esses contingentes recuaram 10,2 milhões e 6,5 milhões de pessoas, respectivamente.
De 2021 a 2022, a extrema pobreza e a pobreza recuaram em todas as regiões, em especial no Norte (-5,9 ponto percentual e -7,2 ponto percentual, respectivamente) e no Nordeste (-5,8 ponto percentual e -6,2 ponto percentual).
Segundo o IBGE, em 2022, entre as pessoas com até 14 anos de idade, 49,1% eram pobres e 10%, extremamente pobres.
Na população com 60 anos ou mais, 14,8% eram pobres e 2,3%, extremamente pobres.
Entre as pessoas de cor ou raça "preta" ou "parda", 40% eram pobres em 2022, um patamar duas vezes superior à taxa da população branca (21%).
De acordo com o levantamento do IBGE, o arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas, sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 72,2% dos moradores desses arranjos eram pobres e 22,6% eram extremamente pobres.
A participação dos programas sociais no rendimento domiciliar das pessoas em situação de extrema pobreza chegou a 67% em 2022, segundo a pesquisa.
Já a renda do trabalho foi responsável por apenas 27,4% do rendimento deste grupo.
"Quando a análise considera a renda dos domicílios com os menores rendimentos, o peso dos benefícios de programas sociais se torna mais relevante, além de apresentar maior oscilação em anos recentes. Para aqueles domicílios com o rendimento domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo, a participação dos benefícios de programas sociais chegou a 44,3% do rendimento total em 2022, o que representou crescimento em relação a 2021, quando o peso desses benefícios foi 34,5%, mas manteve-se abaixo do verificado para 2020 (46,7%)", diz o IBGE.
Segundo o IBGE, entre os domicílios considerados pobres, os benefícios de programas sociais representavam 20,5% dos rendimentos e a renda do trabalho, 63,1%.
Os impactos da ausência hipotética dos programas sociais teriam elevado em 12% a proporção de pobres do país em 2022, que passaria de 31,6% para 35,4%.
Já a extrema pobreza teria sido 80% maior em 2022, passando de 5,9% para 10,6% da população do país.
Caso não existissem programas sociais, o índice de Gini que mede a desigualdade na distribuição de renda, teria sido 5,5% maior, passando dos atuais 0,518 para 0,548.
O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
O índice varia de zero a um, sendo que zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o um significa o extremo da desigualdade, ou seja, uma só pessoa detém toda a riqueza.