A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na Avenida Paulista (SP), neste domingo (25/02), teve repercussão na imprensa internacional que destacou a adesão maciça ao evento e as acusações de "tentativa de golpe" contra o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou, ao convocar seus apoiadores para o ato, que o objetivo era mostrar ao mundo "a fotografia" da insatisfação do povo com o rumo da política nacional.
O jornal espanhol El País considera que a manifestação reforça a liderança de Bolsonaro após um ano de moderação. O ato também ocorreu três dias após o depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal no âmbito do inquérito que investiga a suposta tentativa de "golpe".
O jornal inglês The Guardian segue a mesma linha, afirmando que "Bolsonaro está tentando mostrar que sua base é resiliente mesmo durante a investigação". O jornal também destacou a participação de "dezenas de milhares" de manifestantes e classificou o ex-presidente como "extrema-direita".
O britânico Daily Mail também mencionou a adesão massiva ao evento como uma demonstração de apoio, apesar das acusações contra Bolsonaro. Segundo o jornal, uma multidão de apoiadores, vestindo as cores verde e amarelo da bandeira brasileira, lotou a Avenida Paulista, uma das principais vias da capital econômica do país.
Também comentou sobre o assunto o jornal The Times of Israel, que destacou o apoio de Bolsonaro e dos manifestantes a Israel em resposta aos ataques do presidente Lula (PT), que comparou a luta de Israel contra o Hamas ao Holocausto.
"Bolsonaro chegou agitando a bandeira israelense – uma rejeição aos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada comparando a ofensiva de Israel em Gaza ao Holocausto – antes de colocar a mão no peito para o hino nacional. Várias bandeiras israelenses puderam ser vistas com destaque na multidão", disse o The Times of Israel.
A agência de notícias Reuters deu destaque às investigações contra Bolsonaro. Além do destaque classificou o ex-presidente como um "populista frequentemente comparado ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump".
Após reconhecer a adesão de "dezenas de milhares" de pessoas ao ato, o jornal francês Le Monde também rotulou Bolsonaro e seus apoiadores como "extrema-direita", destacando as acusações de "golpe" que pesam contra o ex-presidente.
Por sua vez, o jornal France 24 observou que, apesar das acusações, a manifestação foi uma demonstração da força política de Bolsonaro, que continua sendo "adorado" por seus eleitores.
O The Korea Times, um dos mais antigos jornais em língua inglesa publicados diariamente na Coreia do Sul, afirmou que o evento foi uma "demonstração de poder em meio às investigações sobre um possível golpe".
Por sua vez, o site de notícias japonês BNN Breaking observou que a manifestação em São Paulo não apenas serviu como plataforma para Bolsonaro expressar suas queixas, mas também funcionou como um espelho que reflete as profundas divisões na sociedade brasileira.